Fruto de parceria entre Instituto GEA e Petrobras, por meio do programa socioambiental Petrobras, o Projeto Jovens Caminhos encerrou seus cursos com uma festa na Avenida Paulista, em 15 de dezembro de 2024. Foi uma jornada de dois anos de qualificação profissional gratuita, com entregas de momentos memoráveis. Mais de 200 alunos foram certificados nos cursos de Grafite e Programação e Criação de Sites.
Mas, para além de aulas teóricas e trabalhos de campo, jovens e adultos da Grande São Paulo vivenciaram um ambiente enriquecedor com aprendizados, relacionamentos e novas amizades.
A conclusão do Projeto foi festejada na Avenida Paulista, na Capital, em manhã de muitas atrações culturais e celebração da Arte das Ruas. A Praça Oswaldo Cruz recebeu grupos de hip hop, street dance, DJ, rapper e MC, enquanto alunos de Grafite puderam mostrar sua arte ao público desenhando ao vivo, em seis grandes painéis instalados em tótens.
A pauta foi meio ambiente, uma temática presente nos cursos do Projeto Jovens Caminhos, que além de aprendizado técnico ofereceu vivências de Ética, Sustentabilidade e Cidadania.
“Foi muito importante apresentar uma alternativa para a juventude sair de caminhos mais fáceis e errados. Eles agora têm uma base para se profissionalizar e buscar alternativas de renda”, afirmou a presidente do Instituto GEA-Ética e Meio Ambiente, Ana Maria Domingues Luz, ao enfatizar o foco dos cursos nas populações mais vulneráveis.
Outra fundadora da ONG, Araci Mussolino, se disse emocionada com mais um trabalho finalizado: “Vocês dão força e energia para a gente. O retorno emocional é muito grande”, destacou.
O Instituto GEA é uma organização sem fins lucrativos que há 25 anos trabalha pela educação ambiental, cidadania responsável e práticas sustentáveis. Atua tanto em orientações nas empresas e poderes públicos, quanto junto às comunidades.
O fiscal do projeto Ignácio Aoki Júnior, da Gerência de Projetos Sociais da Petrobras, parabenizou o Jovens Caminhos e elogiou a festa de encerramento que trouxe arte e cultura em um espaço aberto como a Avenida Paulista.
Aulas e trabalho de campo
O Projeto Jovens Caminhos foi realizado nas periferias das cidades de Mauá e Santo André, na Região Metropolitana de São Paulo, onde a parceira Petrobras tem unidades de refino. Foram oito turmas de Grafite e quatro de Programação e Criação de Sites.
Além de aulas teóricas, fizeram parte da programação visitas a locais como Museu de Arte de São Paulo, Instituto Tomie Ohtake, Museu da Língua Portuguesa e Centro de Reciclagem de Eletroeletrônicos da Universidade de São Paulo (CEDIR), entre outros.
Turmas de Grafite pintaram vários muros nas comunidades onde as aulas se realizaram. Já alunos de Programação e Criação de Sites puderam continuar os estudos cursando gratuitamente uma especialização em linguagem Python no Laboratório de Sustentabilidade da Escola Politécnica da USP (LASSU), outra apoiadora do Projeto, cedendo notebooks e seus professores.
“Notamos o crescimento dos alunos desde a primeira aula. Apesar de muitos jovens terem nascido na Era Digital, aprenderam que a tecnologia vai além das telinhas de redes sociais. Todos saíram já sabendo construir um site de verdade e pelo menos 10% foram para a especialização na USP”, conta Akio Goya, pesquisador associado ao LASSU – Laboratório de Sustentabilidade da Escola Politécnica da USP e um dos docentes do Projeto Jovens Caminhos.
Valores para a vida
Professora Maluh Barciotte, de Ética, Meio Ambiente e Cidadania, destaca a importância desses temas na grade de ensino: “É preciso ampliar o olhar dos jovens para o mundo, pois se trata de valores que vão ajudá-los nas escolhas durante a vida”, disse.
Também o professor Gustavo Ramos, de Grafite, vê essa arte urbana como ferramenta que ajuda na consolidação de princípios éticos e transformadores: “Antes de ir para os muros pintar, conversamos bastante em sala de aula sobre a sustentabilidade do nosso planeta e como podemos contribuir para isso”.
O aluno Vinicius Jefferson, que atua com design gráfico, testemunha que ampliou sua visão artística sobre desenhar. “Não é rabiscar. É colocar a criatividade à toda prova, para levar uma mensagem”.
A aluna Paula Gabrielle Frutuoso da Rosa falou da satisfação em estar em um mercado em alta como o de Tecnologia da Informação: “O curso me ajudou a aperfeiçoar conhecimentos em diversas linguagens de computação e o ambiente é muito acolhedor, seja pelos professores seja pelos colegas de classe”.